sábado, 14 de setembro de 2013

Nordeste do Brasil! (Junho/Julho de 2013) - Parte 1



Extremamente difícil relatar está viagem. Pensei “por onde começar?”. Cheguei numa conclusão, contar tudo de uma forma cronológica. Pronto, já tenho uma estrutura a seguir. Quanta coisa para contar!

Essa experiência foi totalmente diferente da minha primeira vez. Caronei em torno de 7.116 km, nem comparação com os 1.240 km que fiz para São Paulo em Maio. Sem contar que nessa viagem fui com uma mochila cargueira. Levei algumas coisas desnecessárias, por precaução. Livros não lidos. Barraca não usada. Se não tivesse levado esses apetrechos seriam em torno de uns 5 kg a menos. Li apenas alguns capítulos dum livro sobre cinema. Levei a barraca para dormir nos postos - ocorreram algumas situações que dariam para ter lhe usado - mas não quis dormir enquanto estava na estrada, tentava caronar durante o dia e a noite.


Dia 26, de junho. Era uma semana chuvosa, quase desisti de iniciar minha jornada neste dia. Mas acabei caindo na estrada, mesmo correndo o risco de pegar chuva no caminho. Acordei em torno das 5h45, o céu estava um pouco nublado, não pensei duas vezes, peguei minhas coisas e parti para o ponto de ônibus, que me levou ao pedágio. Ao chegar no ponto encontrei um senhor, que havia encontrado numa outra viagem, quando estava indo para São Paulo. Falei para ele que estava indo para o nordeste de carona, pela sua reação, acho que ele pensou que eu estava jogando conversa fora.

Peguei a circular, cheguei ao pedágio, logo consegui uma carona com uma mulher. Ela me deixou num posto em Londrina, nesse posto demorei em torno de 1h30 para conseguir outra carona. Era um lugar péssimo para pegar carona, pois as pessoas não usam aquela rodovia para ir à São Paulo. Logo pensei “pronto me ferrei, vou ter que voltar para casa”, mas não desisti, parei de abordar as pessoas no posto e fui para beira da pista com uma plaquinha. Fiquei algum tempo, até parar um senhor (detalhe que ele é da minha cidade) que acabou me dando carona até Marília. Ele me deixou num posto policial, logo um caminhão para e me oferece carona até uns 120 km antes de Ribeirão Preto.

Minha meta no dia era chegar até Arcos, mas já estava achando que não chegaria nem em Ribeirão Preto. O caminhoneiro me deixou num posto policial, há 120 km de Ribeirão Preto, já eram umas 17h00. Vou à recepção do posto policial. Aviso ao policial que irei pedir carona, ele me convida para entrar, eu acabo aceitando. Fiquei um pouco receoso quando o policial me pediu para sentar no sofá. Ele começou a me perguntar para onde estava indo - acabei contando - e começou a me dar sermões, dizendo que é perigoso e blah blah blah... Eu fui concordando com ele para não gerar dicussão, e claro, não iria parar minha viagem por ali, só por causa que um policial começou a me contar sobre os perigos da vida e fazer relação com a estrada. Podemos sofrer qualquer violência, em qualquer lugar, em qualquer momento, riscos eu correria, como em qualquer outro lugar.  Tirando o seu sermã ele foi até legal, me deu café e umas fatias de queijo.

Em frente ao posto policial aguardei por uns 40 minutos, até que um cara acabou me dando uma carona para Ribeirão Preto de carro, já era em torno das 17h45. Iria ficar em Ribeirão Preto, na casa de uma integrante do Couchsurfing, mas como eu havia avisado em cima da hora e ela tinha que ficar de plantão no hospital, acabei ficando sem lugar para ficar. No meu primeiro dia de viagem estrearia minha primeira noite num posto, mas ao saber da minha situação, o cara que me deu carona acabou me convidando para ficar em sua casa. No fim acabei aceitando.